TRINI LAUSEN
Trini Lausen fala sobre Fansly, Arsmate e o seu novo palco à beira-mar em Barcelona
Trini Lausen é muito mais do que uma cara bonita em Fansly e Arsmate. Enfermeira de formação e modelo por opção, esta chilena encontrou nos conteúdos sensuais uma forma de liberdade. Nesta entrevista, fala da sua passagem por Madrid, da sua nova vida em Barcelona, da importância de criar a partir do prazer e de como aprendeu a mostrar-se sem medos nem filtros. Uma conversa íntima, divertida e direta, onde descobrimos tudo o que está por detrás do seu olhar (e da sua câmara).


Nos bastidores
Quem é Trini Lausen quando não há uma câmara à sua frente?
Uma mulher real, intensa e independente. Trini é riso fácil, pele sensível e uma mistura entre o caos e a ordem. Não se define por uma coisa, mas reconhece-se na sua liberdade.
É chileno, mas agora está em Madrid. O que o trouxe a Espanha?
Estava à procura de uma mudança radical: mais qualidade de vida, novas oportunidades e um ritmo diferente do de Santiago. Precisava também de ar novo... para a minha alma e para o meu corpo.
O que é que mais te surpreendeu ao viveres aqui e do que é que sentes mais falta do Chile?
O que mais me surpreendeu foi a qualidade de vida que se encontra nas coisas simples: a caminhada sem pressa, o clima, a segurança, a liberdade. Viver aqui foi como encontrar um lugar que me faz sentir em casa: confortável, calmo e feliz.
Do Chile sinto falta da minha família, dos meus amigos e também do meu trabalho como enfermeira, que foi uma fase muito intensa e significativa da minha vida.
Madrid tem sido a sua casa, mas em breve vai mudar-se para Barcelona... o que espera encontrar lá que não tenha encontrado aqui?
Vim para Madrid por amor, e foi uma cidade que me transformou. Impulsionou-me a crescer, a mexer-me, a conhecer-me melhor. Mas agora estou à procura de algo diferente: praia, mais calma e uma ligação mais natural com a minha criatividade. Em Barcelona também tenho amigos e pessoas que adoro por perto.
Achas que Barcelona vai fazer sobressair uma outra faceta tua, ou vais continuar a ser o mesmo Trini mas com sotaque catalão?
Vou continuar a ser eu, mas com o cabelo mais despenteado por causa da humidade. Vou estar no sítio onde cheguei e me senti bem, onde criei raízes, e é por isso que quero voltar. Acho que Barcelona vai reconectar uma parte de mim que eu já conhecia... mas desta vez com mais força. E bem, o catalão é um trabalho em progresso, haha.
Quando tem um dia de folga, o que gosta de fazer para se afastar de tudo?
Sol, praia, mar e passeios com café na mão. Caminhar sem destino, perder-se, procurar. Ou fechar-me para ler ou escrever. Depende de qual Trini acorda nesse dia.
É mais do tipo de pessoa de rua, sofá e filme, ou prefere fazer um plano improvisado?
Improvisado. Totalmente. O que quer que surja, deixo-me levar.
Se eu lhe der uma tarde livre e uma nova cidade, onde é que vai primeiro: museu, miradouro ou bar escondido?
Para um miradouro, sem dúvida. Adoro ver as cidades de cima, tirar um momento para respirar, observar e conectar-me com o lugar a partir de outra perspetiva.


No modo Loucura
Como é um dia normal da sua vida quando não está a gravar conteúdos?
Trabalho, gestão, responder a mensagens, tirar fotografias, mover campanhas, planear... Não há "não estou a trabalhar", mas adoro. Se me escapo, escapo-me.
Que papel desempenha o seu corpo no seu trabalho e que papel desempenha a sua mente?
O meu corpo é a minha tela e a minha ferramenta. Mas sem uma mente clara não há nada. A sensualidade que mostro nasce da forma como penso em mim, não apenas da minha aparência.
Há muitas raparigas que sonham em ter uma OnlyFans ou trabalhar em plataformas como a Arsmate. O que é que achas que elas não imaginam e deviam saber antes de começar?
Não se trata apenas de poses sensuais. É um negócio. É preciso saber vender, negociar, criar, resistir às críticas e, acima de tudo, ter limites muito claros.
Na Arsmate, trabalha com criadores e fotógrafos. Como tem sido essa experiência?
Muito positivo. Senti-me cuidada, livre e com espaço para explorar o meu lado criativo e sensual sem pressões. E quando a ligação é boa, o resultado aparece.
Tem alguns limites ou regras pessoais quando se trata de se mostrar em linha?
Atualmente, não tenho muitos limites. Acho que cheguei a um ponto em que mostro muito mais do que no início. Com o tempo, e sobretudo com o apoio do meu namorado, sinto-me muito confortável e feliz com o que faço. Encontrámos juntos uma forma de criar com prazer e liberdade.
Há alguma parte de si que ainda não tenha mostrado e que gostaria de explorar num futuro próximo?
O meu lado mais artístico. Estou a trabalhar num conteúdo mais estético, narrativo... talvez mais performativo.
Há algum modelo ou artista que o inspire e que gostaria de conhecer ou com quem gostaria de colaborar?
Muitos deles. Mas, neste momento, adoraria colaborar com uma fotógrafa que explorasse o erotismo a partir do olhar feminino.

Em ação
Quando está em frente à câmara... existe uma personagem ou é você que é levado ao extremo?
É uma versão exagerada de mim. Uma Trini sem medo, mais provocadora, mais brincalhona... mas não falsa. Ela é a minha sombra e a minha luz ao mesmo tempo.
Já alguma vez lhe aconteceu que, ao fazer uma sessão ou um vídeo, se ligou tanto que mudou o seu estado de espírito durante todo o dia?
Sim, por vezes é tão poderoso que saio de lá como se tivesse feito terapia. Despir o corpo é fácil, despir a energia nem por isso.
Qual foi o seu momento mais engraçado ou surreal ao gravar conteúdos?
Não posso dizer exatamente o que estava a filmar (risos), mas posso dizer que foi uma ligação muito intensa com o meu namorado. Ele deu o passe para algo que nunca pensei que pudesse acontecer, e tudo aconteceu sem dizer uma palavra. Eu entendia tudo só de olhar para ele. Foi um momento único, especial... e muito nosso.
Tem algum ritual antes de fotografar ou posar? Algo que não pode faltar para se sentir 100% você.
Música. Sempre. Um perfume especial. E olhar-me ao espelho e dizer: "Vamos tocar".
Que tipo de conteúdo é mais natural para si e qual é o mais difícil de criar?
Gosto de conteúdo sensual e sugestivo, onde há uma história e um olhar. Tenho mais dificuldade com conteúdos muito explícitos sem contexto.


Para além da personagem
O que é que o faz sentir poderoso no seu dia a dia?
Decidir por mim próprio. Não precisar de validação. Saber que o que tenho é fruto do meu trabalho.
Tem uma paixão ou um passatempo que as pessoas não esperam de si?
Enfermagem de urgência. Embora ainda não exerça a profissão aqui em Espanha, foi uma parte muito intensa da minha vida e da qual tenho muitas saudades.
Também adoro ler, mergulhar e viajar, haha.
Que música o tem acompanhado ultimamente, é daqueles que tem sempre algo a tocar ou daqueles que estão totalmente em silêncio?
Na verdade, adoro o silêncio. Adoro estar em silêncio. Mas quando ouço música, pode ser qualquer coisa, desde reggaeton ou eletrónica a algo totalmente inesperado... como música dos anos 40. Adoro essa mistura estranha!
Filmes, livros, arte... há alguma coisa pela qual estejas particularmente obcecado ou inspirado?
Não gosto muito de filmes, mas adoro livros. Tenho tendência para ler thrillers, neurologia ou temas mais relacionados com energia e meditação. Inspiro-me muito nos processos interiores, naquilo que não se vê, mas que se sente.
Em que está a trabalhar atualmente fora do mundo dos conteúdos? Algum projeto pessoal, algo que o entusiasme?
Para já, estou 100% concentrado nisto. O meu objetivo é claro: poder comprar a minha própria casa. Tudo o que faço está alinhado com esse objetivo e estou realmente ansioso por construir algo verdadeiramente meu.
Que papel desempenha a sexualidade na sua vida para além das redes?
Um papel livre e muito consciente. Conheço-me, respeito-me e gosto de explorar sem rótulos nem tabus.
Já foi julgado pelo que faz e como lida com isso?
Sim, claro. Mas compreendi que o julgamento das outras pessoas diz mais sobre elas do que sobre mim. Concentro-me na minha comunidade e naquilo que me faz bem.
O que é que gostaria que as pessoas soubessem mais sobre si?
Que existe uma mulher real, com história, educação, feridas e sonhos por trás de cada foto. Que não se trata apenas de "mostrar", mas de criar, mover e resistir.


Rápido e picante
Prazer culpado (mas sem culpa)?
Comer algo doce em qualquer altura... e comer o pacote inteiro.
A primeira coisa que se olha para alguém?
O rosto e o sorriso.
Uma canção que o põe de bom humor (ou mau, se necessário)?
Qualquer coisa de Teddy Swims. A sua voz atravessa-me, mudando instantaneamente o meu estado de espírito, seja para me animar ou para me ligar mais profundamente.
Que série ou filme sabe quase de cor?
Para dizer a verdade, não sou muito bom com séries e filmes. É difícil para mim ficar viciado ou sentar-me a ver algo durante muito tempo. Prefiro muito mais ler ou ficar em silêncio.
A zona mais sensível?
O pescoço. Tocam-se aí e não há volta a dar.
A coisa mais louca que já lhe ofereceram num DM?
A vomitar nas minhas mamas. Sim, estranho e nojento.
E a coisa mais quente que aceitou?
Um roleplay personalizado e muito elaborado. Gostei muito.
Um sítio onde gostaria de filmar (mesmo que fosse ilegal ou impossível)?
Gostaria de filmar na casa de banho do avião.
Um desejo que ainda não se atreveu a realizar?
Nada a ver com tudo o que faço... mas adorava saltar de para-quedas de um avião. Tenho-o pendente e sei que, quando o fizer, será inesquecível.
E bem, também sonho em viajar pelo resto do mundo.
Onde o podemos encontrar se alguém quiser ver mais de perto?
No Fansly e no Arsmate, e no Instagram como @trinilausenc